Análise Amnesia: The Bunker - Novas Mecânicas de Gameplay E Inovações na Franquia
Amnesia, o titã dos jogos de terror, retornou com The Bunker, trazendo novos recursos e experimentações de jogabilidade que são o destaque desta análise. Uma experiência claustrofóbica e intensa ambientada nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, The Bunker oferece uma experiência refrescante tanto para fãs antigos quanto novos.
Amnesia: The Bunker é o tão esperado retorno da franquia, com um novo cenário, novos recursos e um mundo semiaberto para ser explorado nesta análise. As mudanças são uma abordagem bem-vinda à base do ciclo de jogabilidade que mantém a série atualizada, especialmente para os jogadores que retornam. A experimentação com o jogo traz alguns dos melhores momentos de jogabilidade da série. No entanto, a história acaba ficando um pouco em segundo plano, e os novos recursos também trazem novos problemas.
No geral, Amnesia mantém seu lugar entre as melhores séries de terror nos jogos. Embora não tenha conseguido capturar totalmente a essência de "The Dark Descent", Amnesia: The Bunker se destaca como uma das sequências mais fortes lançadas até agora. Ele sinaliza um novo amanhecer para a série com muita imaginação por trás.
Amnesia: The Bunker foi lançado em 6 de junho e está disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One e Series X/S.
História - Ruínas acima e abaixo
Começando em uma corrida louca pelas trincheiras, The Bunker coloca você na pele do soldado francês Henri Clement. Após sobreviver ao seu primeiro encontro com a guerra, você precisa sair sorrateiramente em busca de seu amigo Lambert, que não retornou da patrulha. Após encontrá-lo em uma cratera e tentar escapar, você é ferido e acorda em um bunker ensanguentado, desprovido de vida. A partir daí, o jogo começa de verdade, pois você precisa escapar do bunker adquirindo explosivos. Enquanto faz isso, uma criatura horripilante persegue você incessantemente. Explorar o bunker revela o que aconteceu lá e as mortes perturbadoras de seus companheiros soldados. Existem alguns sobreviventes, que frequentemente proporcionam os melhores momentos do jogo. Dado o enredo do jogo, é melhor parar por aqui para evitar spoilers.
Uma das coisas que funcionam bem na história é como ela incentiva a exploração. Há muito a ser descoberto no jogo ao encontrar todas as anotações, que revelam grandes surpresas e detalhes adicionais sobre o que está acontecendo no bunker e por quê. Há uma sensação palpável de conquista ao descobrir coisas. No entanto, a liberdade de exploração também tem seu lado negativo, já que a narrativa linear e a sensação de progressão dos jogos anteriores não estão presentes.
A GUERRA EM Amnesia: The Bunker
A natureza brutal da Primeira Guerra Mundial é um ótimo cenário que aumenta a sensação de estar encurralado, com breves vislumbres do mundo exterior reafirmando que não há uma verdadeira fuga. No entanto, a guerra parece ser mais um pano de fundo do que uma parte integral da história. Poderia haver uma conexão mais profunda, especialmente considerando que a tortura e a brutalidade são partes fundamentais do horror do outro mundo na série Amnesia. Sentiu-se um pouco ausente da história, uma oportunidade significativa desperdiçada.
De certa forma, a história e a jogabilidade estão um pouco em desacordo. A jogabilidade foi significativamente aprimorada, mas isso traz o desafio de como construir uma história em um ambiente onde você tem liberdade para ir para onde quiser.
JOGABILIDADE - O QUE SE ESCONDE NAS SOMBRAS
Amnesia: The Bunker experimenta com a fórmula da série, adicionando novos aspectos e habilidades. Vamos analisar cada um deles.
O CLÁSSICO Amnesia
A essência da jogabilidade permanece a clássica fórmula de sobrevivência do horror. Você está, em sua maioria, indefeso e é perseguido implacavelmente por uma criatura. Você precisa usar furtividade e velocidade para se manter seguro nos corredores labirínticos do bunker. O cerne dos jogos permanece o mesmo, afinal, se não está quebrado, não conserte. A única pequena mudança é que, em vez de vários monstros diferentes com locais ou patrulhas designadas, há apenas uma criatura, a Besta. Isso é uma bênção e uma maldição.
Por um lado, a ameaça constante da criatura é fantástica. Como você interage com ela depende de você, pois ela segue o som que você faz. Se você for silencioso, poderá passar despercebido na maior parte do tempo. No entanto, se acidentalmente acertar um fio de armadilha, atirar em algo ou derrubar pilhas de caixas, ela o caçará. Por outro lado, ter apenas uma criatura significa que, nas fases posteriores do jogo, você já estará bem acostumado(a) com ela, tanto visualmente quanto taticamente. Isso é apenas uma pequena desvantagem que pode ser uma questão de gosto, pois ver demais da criatura reduz o medo do desconhecido.
Sua fonte de luz também foi aprimorada. Sua lanterna de mão precisa ser acionada com uma corda. Isso fornece apenas alguns segundos de luz enquanto faz barulho, atraindo a criatura. Ela acerta perfeitamente o elemento de risco-recompensa da iluminação, que tem sido crucial nos jogos.
O NOVO Amnesia
Como você provavelmente já sabe, se está lendo esta análise, Amnesia: The Bunker traz vários recursos novos e experimentais para a franquia. Vamos começar pelo maior deles: armas! Há duas armas no jogo, uma é opcional e a outra é o revólver que você recebe no início. Você também pode obter granadas e coquetéis molotov. Nenhuma dessas armas irá matar a criatura, apenas atrasá-la por alguns segundos, ao mesmo tempo em que a deixa mais irritada. Munição é extremamente rara, então disparar é um risco calculado para emergências. É um recurso bem equilibrado que não faz você se sentir seguro ou muito poderoso. Isso impede que os corredores estreitos se tornem armadilhas mortais. Portanto, se você estava preocupado com a adição de armas, não precisa se preocupar!
A outra mudança principal é o sistema de inventário e criação. Você tem um número limitado de espaços para carregar itens, e novos itens permitem que você acesse novas áreas ao voltar atrás ou oferecem novas opções para lidar com problemas. Por exemplo, a máscara de gás permite que você passe por armadilhas de gás ou use granadas de gás com mais liberdade, a chave inglesa permite que você abra grades e o isqueiro permite que você use coquetéis molotov. Essa interação com o ambiente é muito maior do que nos jogos anteriores.
A criação também foi implementada de forma inteligente. Cada item que você pode usar para criar tem múltiplos usos, e cabe a você priorizar o que precisa. Uma garrafa vazia pode ser uma distração, um recipiente de combustível para o gerador ou um componente para um coquetel molotov. De fato, o aspecto de planejamento é um dos melhores aspectos do jogo, pelo menos na opinião desta análise, o que nos leva ao mundo semi-aberto.
O MUNDO SEMI-ABERTO E ABORDAGENS DIVERSAS
O último aspecto notável da jogabilidade de Amnesia: The Bunker é a mudança de ambientes mais lineares para um mundo semi-aberto, no qual você pode interagir da maneira que desejar. Além do nível central, você pode escolher qual seção deseja explorar primeiro. As anotações e fotos fornecerão pistas sobre a direção. Isso exige que você pense um pouco, por exemplo, a chave para a tranca está no armário de De Lisle, então você precisa descobrir onde fica o quarto dele para obter o código. É algo orgânico, as coisas não são explicadas de forma clara. Isso é bom, pois faz com que o progresso e as descobertas posteriores sobre eventos e personagens pareçam mais merecidos.
A sala segura é onde você se prepara para suas explorações:
No centro do mapa está a sala segura. Aqui, há um mapa do bunker, uma caixa de armazenamento e um gerador que é necessário para manter as luzes acesas e afastar a criatura. Quando o combustível acaba, ocorre um apagão e o nível de perigo aumenta. Isso significa que você precisa planejar suas expedições. Eu adorei essa parte. Preparar seu inventário para uma missão adiciona muito engajamento à experiência. Além disso, encontrar a localização dos geradores e entender como eles se conectam ao bunker é uma tarefa em si. No entanto, essa abordagem também traz algumas desvantagens.
Não é uma questão de linearidade versus não linearidade. É uma questão de como a história é entregue e como você, o jogador, experimenta-a. Em Amnesia: The Bunker, a história é mais fraca e menos imersiva do que nos jogos anteriores. Você precisa procurar anotações e fotos para entender a história completa. Isso pode ser uma ótima maneira de contar uma história e fazer você se sentir investido, mas também pode ser frustrante para aqueles que preferem uma narrativa mais direta e imediata. Essa é uma mudança significativa no estilo de contar histórias e pode ser um divisor de águas para alguns jogadores.
GRÁFICOS E SOM - A ATMOSFERA DO HORROR
Os gráficos de Amnesia: The Bunker são lindos. O nível de detalhe e o uso de iluminação são incríveis, e a atenção aos detalhes no design do cenário é impressionante. Cada ambiente é bem construído, desde os corredores claustrofóbicos até as áreas externas das trincheiras. Os modelos dos personagens também são bem feitos, e os efeitos de partículas e sombras são de alta qualidade. A atmosfera de terror é bem estabelecida através desses elementos visuais.
A trilha sonora e os efeitos sonoros são igualmente eficazes. A música cria uma sensação constante de tensão e aumenta a imersão. Os sons ambientes, como vento, batidas e chiados, ajudam a construir uma atmosfera assustadora. O uso de efeitos sonoros é especialmente bom na construção do suspense e na criação de momentos de jump scare.
Amnesia: The Bunker é uma experiência de terror sólida que traz algumas mudanças interessantes para a fórmula da série. A jogabilidade aprimorada e os novos recursos oferecem uma experiência fresca, enquanto os gráficos e o som contribuem para a atmosfera de horror. No entanto, a história acaba ficando um pouco em segundo plano, e a abordagem de mundo semi-aberto pode não agradar a todos os jogadores. Ainda assim, para os fãs da franquia Amnesia e para aqueles que procuram um bom jogo de terror, The Bunker é uma escolha digna.