Estilo de Vida Minimalista, Até que ponto o Minimalismo pode ser Saudável?

Danilo Medeiros

 Em 2016, a Netflix lançou o documentário "Minimalismo: um documentário sobre as coisas importantes". Esse filme de uma hora e vinte minutos acompanha a jornada de dois amigos, Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, em busca de uma vida mais simples. Apesar de terem sucesso profissional na área de marketing, eles se sentiam infelizes e questionaram se tudo o que haviam conquistado valia a pena.



Diante das pressões da vida moderna, os amigos decidiram buscar um estilo de vida alternativo, distanciando-se do materialismo contemporâneo. Eles se autodenominaram "Os Minimalistas" e iniciaram um blog, lançaram vários livros e entrevistaram pessoas como arquitetos, sociólogos, empresários e artistas para entender o significado de viver uma vida minimalista. O sucesso do documentário impulsionou o movimento, que se tornou popular.


O minimalismo, que começou como um conceito artístico nas décadas de 1950 e 1960, atualmente representa também uma filosofia de vida. Esse movimento propõe a redução do número de bens materiais, mantendo apenas o mínimo necessário. Por exemplo, se você mora sozinho, por que ter mais do que um prato, um copo e alguns talheres? Os minimalistas acreditam que, ao eliminar distrações e a dependência do consumismo como fonte de felicidade, é possível aproveitar as coisas verdadeiramente importantes ao nosso redor.


No entanto, o minimalismo se popularizou tanto que, em alguns aspectos, acabou se tornando algo mainstream e lucrativo. Mesmo sendo baseado na ideia de não consumir o que não é necessário, a obsessão por se livrar de coisas desnecessárias fez com que o minimalismo se tornasse uma ideia tóxica para algumas pessoas, gerando preocupações e ansiedade.


Então, em que momento o minimalismo deixa de ser um estilo de vida benéfico e uma reflexão sobre o consumo para se tornar apenas uma tendência para vender certos itens? Até que ponto o minimalismo pode ser saudável sem se tornar uma compulsão prejudicial? Hoje em dia, muitas pessoas nas redes sociais continuam pregando o estilo de vida minimalista, mas outras estão percebendo que a busca pelo minimalismo pode estar sendo usada como uma jogada de marketing ou piorando a qualidade de vida. A pergunta que fica é: o minimalismo é apenas mais um movimento para controlar sua vida e dizer o que você pode ou não ter?


O minimalismo surgiu como um conceito artístico na década de 1950 e 1960, com a busca pela "beleza pura". Essa ideia se espalhou para o design e a arquitetura atual, onde é possível perceber tendências minimalistas. Atualmente, a redução de informações e objetos nos ambientes residenciais e empresariais tornou-se cada vez mais comum. A ideia é criar espaços práticos, valorizando o espaço com cores neutras e design simples, proporcionando um aspecto mais moderno a qualquer imóvel.


Para quem decide adotar esse estilo de vida, o minimalismo significa basicamente possuir menos coisas, tanto objetos em casa quanto roupas No minimalismo, a ênfase está em possuir apenas aquilo que é essencial e traz valor real para a vida. Isso envolve fazer uma análise cuidadosa de todos os pertences e eliminar o que não é necessário, resultando em espaços mais organizados e livres de excessos.


Além da redução do consumo material, o minimalismo também aborda questões como a simplificação da rotina diária, a busca por relacionamentos significativos e o foco nas experiências em detrimento da acumulação de bens materiais. Os minimalistas buscam encontrar felicidade e satisfação nas coisas simples da vida, valorizando mais a qualidade do que a quantidade.


No entanto, é importante destacar que o minimalismo não é uma fórmula única e imutável. Cada pessoa pode adaptar o conceito de acordo com suas necessidades e valores individuais. O objetivo principal é trazer mais intencionalidade e propósito para a vida, priorizando o que realmente importa.


É válido ressaltar também que o minimalismo não é sinônimo de pobreza ou privação. Trata-se de uma escolha consciente de viver com menos, desapegando-se do consumismo desenfreado e focando em coisas que verdadeiramente contribuem para uma vida plena e significativa.


Embora o minimalismo tenha se popularizado e tenha sido comercializado de diferentes maneiras, é essencial lembrar que seu verdadeiro propósito é a busca pela simplicidade e pelo desapego, não apenas a estética minimalista. Cada indivíduo deve refletir sobre suas próprias motivações e encontrar o equilíbrio entre o minimalismo como estilo de vida e sua própria felicidade e bem-estar.


Em última análise, o minimalismo pode ser uma abordagem valiosa para simplificar a vida, reduzir o estresse e se concentrar no que é realmente importante. No entanto, é fundamental praticá-lo de forma saudável, evitando qualquer extremismo ou compulsão que possa prejudicar a qualidade de vida. A chave está em encontrar um equilíbrio pessoal que permita desfrutar dos benefícios do minimalismo sem cair em armadilhas ou restrições desnecessárias.

Danilo Medeiros
Recém formado em R.H e Administrador da Overcentral Instagram: @danilopablolima
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