Perseguição a cristãos: Capitulo 1 ; Indonésia, Pastor Michael

O nome sobre todo nome
Vivi


 


"Eu estava dormindo nesta posição quando algumas pessoas entraram e eu atacaram. Eles começaram a me bater com um tipo de facão e me acertaram primeiro no rosto e depois no pescoço. Eles pretendiam se livrar de mim. Queriam me matar de qualquer maneira."

 



O pastor sua vida ao pregar sobre Jesus Cristo às pessoas no Leste de Java. A propagação do cristianismo é proibida nesse país de maioria muçulmana. Oficialmente, nenhum país asiático independente existe a liberdade religiosa. Mas apesar disso os cristãos ainda são, em diversos lugares, discriminados e perseguidos. A situação é difícil especialmente para os muçulmanos que se tornam cristãos. Eles são frequentemente expulsos e abandonados por suas famílias. Além disso, nos últimos anos o fundamentalismo islâmico se tornou ainda mais forte. Na província de Aceh, por exemplo, desde 2001 a sharia é aplicada como lei. A situação também agravou-se contra os cristãos em outras regiões. Em 2012, pelo menos 50 roupas foram fechadas pelas autoridades. Alguns foram destruídos. E não é só isso. Os cristãos também são, cada vez mais, vítimas de ataques. Em 2013, mais de 200 pessoas foram mortas. Por pouco o pastor Michael também não foi morto. O que teria sido muito fácil. Quando jovem, ele era animista e não sofria perseguição, mas quando decidiu se tornar sócio, ele colocou sua vida em risco. Esta é a sua história.




" Eu cresci como animista. Nenhum animismo se acredita na existência de um Deus, mas os seguidores gostam e fazem petição a ídolos de madeira e pedra. Era dito: "O Deus que tem ouvidos e olhos se transformou em pessoa de madeira para ser adorado". Nessa época eu não sabia o que tinha que acreditar em algo. Eu só fiz aquilo que minha vó me dizia. Frequentava a escola e logo comecei a trabalhar cuidando de gado. Mas ao mesmo tempo, eu tinha que finalizar meus estudos. Por isso eu fui para o Leste de Java. Somente nas férias eu tinha tempo para visitar Jacarta, nossa capital. Lá eu fui convidado para ir a uma igreja e ouvi um pastor pregar. Ele perguntou: "Quantos dons e talentos você recebeu de Deus? O que você tem feito com eles?". Enquanto ele pregava, com autoridade e inspirado pelo Espírito Santo, Deus falou comigo. Eu abri meu coração para conhecer Jesus. E então eu tomei a decisão de me tornar um cristão. Eu acredito que cristão é aquele que decide aceitar e seguir Jesus Cristo. Ao tomar essa decisão, na mesma hora, eu senti o pastor tocar no meu ombro. Ele disse: "Você precisa servir o Senhor". Eu perguntei: "O que significa isso? Servir o Senhor?". Ele disse que eu deveria frequentar um seminário bíblico. Depois de ter conhecimento da salvação por meio de Jesus Cristo, eu decidi ir para o seminário bíblico. Eu queria estudar a palavra de Deus. Fazer o nome de Deus conhecido por todas as pessoas na Indonésia. Esse desejo surgiu quando eu li na Bíblia: "vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas". Mas fazer isso na Indonésia significa correr um risco muito grande. Pois lá, a maioria é muçulmana. Mas se eu não obedecesse, se eu não tivesse tomado a decisão de proclamar Jesus, então os indonésios ficariam perdidos e eu teria parte dessa culpa. Pois a salvação é encontrada somente no nome de Jesus. Seu nome é sobre todos os outros nomes. Se nós não anunciarmos este nome para as pessoas, cometemos um grande erro. Mas quando o incidente aconteceu, houve sérios riscos. Eu vivi isso. Mas Jesus diz: "bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus". Isso é uma verdade e uma segurança para mim. Os irmãos da fé, que antes eram muçulmanos e que se converteram ao ouvir meu testemunho, agora são agredidos. Na Indonésia isso não é divulgado. É feito secretamente. Quando eu visito um muçulmano, ou ele me visita, é perigoso para ambos. Quando as pessoas me visitam, tenho o cuidado de dizer: "Respeite a minha fé, como eu respeito a sua". Porém a fé deles não salva, só Jesus! Mas eu não quero expor os muçulmanos. Eles vêm até mim e eu vou até eles. Eles perguntam e eu respondo. Eu creio que só há salvação nesse nome que é sobre todo nome: Jesus Cristo. Quando um deles decide aceitar Jesus é consciente que pode até ser expulso de sua família. Às vezes as igrejas que começam a frequentar são atacadas por extremistas muçulmanos e os pastores, perseguidos. A reação dos indonésios quando eu proclamo as boas-novas da salvação de Jesus é muito violenta. Eles dizem coisas como: "Se eu pudesse eu mataria esse homem para que ele parasse de proclamar essas boas-novas". Para eles, tudo é válido e permitido para avançar aqueles que apresentam Jesus a seus companheiros. E quem tem essa coragem enfrenta perigos. Pedras são jogadas nas igrejas e casas onde acontecem cultos e reuniões de oração. Usualmente Esses lugares foram destruídos. Quando os muçulmanos radicais me atacaram , eu passei a ser vigiado por eles. Quando eu ia para algum lugar, quando eu entrei em um carro, tudo foi registrado. Eles me consideraram uma ameaça. Eles disseram sobre mim: " Um dia, através dele, todo o Leste de Java se tornará cristão". Quando eles me atacaram eu estava em uma casa pastoral. Na verdade, o número de pessoas que planejaram me matar era grande. Mas só entrei na casa. A agressão ocorreu por volta das cinco e meia da manhã. Minha família estava na igreja. Minha esposa e as crianças. Ao perceber a invasão, eu me virei e fui atingido no rosto. O facão acertou meu nariz. No período de isolamento, eu ainda tenho uma cicatriz. Aqui e aqui. Apesar de estar sendo atacado, continuo totalmente consciente. Notei que por dentro eu estava calmo. Não estava preocupado com nada e também não reclamou. Eu estranho estar calmo. Mas no fundo eu sabia que a paz que estava sentindo vinha de Deus. Eu perdi quatro litros e meio de sangue. Ao todo, foram sete feridas. Da casa pastoral, fui levado por uma ambulância para um hospital bem pequeno. E depois transferido para um hospital maior. Eu cheguei lá às sete da manhã, mas só fui atendido ao meio-dia. Quando sete médicos me atenderam. Eles cuidaram das minhas feridas. Para eles, o meu estado era muito crítico. Minha pele é escura, mas naquele momento por causa da grande perda de sangue, ela estava muito clara. Um dos médicos me disse que quando a pele fica daquele jeito, a situação é grave. O hospital estava cheio e alguns se alegravam e diziam: "Que bom, ele está morto!". Mas Deus seja louvado! Eu continuei totalmente consciente. A coisa mais sobrenatural no meu testemunho é que, por incrível que pareça, eu não senti nenhuma dor. O que não me deixou ficar triste. É verdade o que o Senhor diz: “Realmente existe um Senhor”. Ele diz: "Não tenha medo se vocês forem maltratados por minha causa". Por causa dele, do nome que é sobre todo nome, Jesus Cristo. Eu não tinha nenhum dor. E me senti saudável rapidamente. Fiquei apenas oito dias no hospital. Eu sobrevivi graças ao amor e ao poder de Deus. Isso não quer dizer que eu não vou morrer um dia! É claro que eu também vou morrer. Mas o meu momento ainda não havia chegado. Há um tempo determinado para tudo, inclusive para a morte. Para os cristãos, quando isso acontecer, significa que vamos encontrar com o nosso Senhor Jesus Cristo. Um oficial veio até mim depois do ataque, pois a Indonésia também é um país com direitos. Ele me disse: "O que você acha de tomar medidas legais contra esses muçulmanos radicais e acusá-los?". Mas eu não quiz que eles fossem punidos. Preferi retribuir com amor. Eu não queria castigar essas pessoas. Eu não sabia exatamente quem estava por trás do ataque. Mas eu sabia que deveria perdoá-los. Se essas pessoas vissem até mim, eu lhes pediria falar de perdão. Eles não sabiam o que estavam fazendo quando me atacaram e me orientaram a matar. Eles não sabiam a verdade. Alguém que conhece a verdade não faria algo assim. Mesmo não as conhecendo eu somente orei para que se convertam. Mais tarde eu ouvi que como consequência da minha ocorrência ao ataque muitas pessoas se converteram. Isso me confortou! Mas o que as levou a se converterem? Elas viram que eu permaneci fiel à minha fé. Elas viram que eu não buscava vingança e que não queria violência. Apesar de eu ter ficado tão ferido, não fiquei atrás do apoio jurídico. Eu abri mão disso! A lei em mim é amar essas pessoas. Na maioria das vezes elas não entendem e se perguntam: "O que é esse amor que os cristãos têm? Só pode ser o amor de Jesus". Se eu tivesse escolhido o caminho da lei através de uma denúncia eu não teria ganhado todas essas pessoas para Cristo. Elas não teriam acreditado no Senhor Jesus. Porque eu não quis pagar o mal com o mal, essas pessoas chegaram ao conhecimento e se tornaram seguidoras de Jesus. Hoje, eu tenho contato com uma das pessoas que me atacou, nós conversamos e somos muito próximas. Eu amo os muçulmanos. Pois eles são parte da criação. Deus criou todas as pessoas. Se houvesse algo no meu coração contra os muçulmanos, isso estaria errado. Esses sentimentos não cabem a um cristão, a um servo de Deus. Sempre me perguntam sobre perdão. As pessoas vêm até mim e perguntam: "Como você pode perdoar aqueles que o perseguem?". E eu respondo: "Através de Cristo, eu posso perdoar". Não há nada nos meus pensamentos ou no meu coração que me deixe com raiva ou ressentimento contra eles. É pela nossa fé que eu os perdoo. Até o dia de hoje eu não guardo nada contra os muçulmanos radicais. Eu os amo e clamo para que eles tenham um encontro com Jesus. Como seria possível amar se eu tivesse ódio das pessoas? Em especial, dos que me perseguem? Se eu permitisse ter pensamentos negativos sobre os muçulmanos, como eu poderia ser um servo do Senhor? Eu não seria mais um cristão. Meu dever é espalhar o nome que é acima de todo nome. Se eu parasse de pregar o evangelho por causa da perseguição... Não. Eu simplesmente não posso fazer isso. Pois não é um peso... Não. É o meu chamado! Como cristão, eu devo espalhar o amor de Deus. É verdade! A salvação não existe em nenhum outro nome. Só no nome de Jesus Cristo. Ele é o caminho, a verdade e a vida. Não posso parar. Eu tenho de continuar até o fim da minha vida. Aos meus irmãos na fé, a todos aqueles que nasceram de novo e que vivem no poder de Deus, eu peço: orem por nós, orem pela Ásia, orem pela Indonésia. Eu não peço ajuda material, eu não sei falar sobre isso! Mas peço outro tipo de ajuda: que é a sua oração. Eu peço que vocês estejam conosco, para redescobrirmos quem realmente é Jesus para nós. E quando encontrarmos o nosso grande tesouro, que está em Jesus. Então poderemos orar com consciência. Para que voltemos ao primeiro amor. Sim. Esse primeiro amor e o perdão, dos quais Martinho Lutero também falou. Eu vejo que quando se vive em grandes florestas é fácil esquecer o amor do criador e o sacrifício de Jesus Cristo por nós. As pessoas se esquecem desse amor divino, especialmente as que vivem no Ocidente. Pois elas já têm tudo. Amados irmãos, por favor, voltem ao primeiro amor. O apóstolo Paulo escreveu ao seu discípulo Timóteo: Esse testemunho representa a história de milhões de cristãos ao redor do mundo que são perseguidos por causa da fé em Jesus Cristo."



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