O Novo Jogo do Indiana Jones Terá um ponto NEGATIVO Devido a Perspectiva em Primeira Pessoa
Todo Mundo ODEIA Primeira Pessoa?
Bom, vamos lá. Não é que as pessoas odeiam a perspectiva em primeira pessoa, mas sim que estão pegando jogos que deveriam ser em terceira pessoa e os transformando em primeira. Cyberpunk, Avatar e agora o Indiana Jones têm em comum essa semelhança - todos eles foram alertados pelo público antes de lançar que queremos a perspectiva em terceira pessoa.
Acho que todo mundo comentou isso quando viu Cyberpunk, o próprio Avatar e agora o Indiana Jones. Indiana Jones é um jogo que tem um potencial gigante. Não está ruim pelo trailer - dá para ver que é um jogo bem feito. E não vem com papo de que dá para mudar a câmera durante o jogo, porque nitidamente a estrutura e as animações são focadas em um jogo de primeira pessoa. Então não adianta, é igual a Village e Resident Evil 4 remake - se você colocar ambos em terceira pessoa, não tem nem comparação.
E vamos ser sinceros, alguém realmente pede por jogos em primeira pessoa? Talvez em terror, mas em outros gêneros, eu sendo bem sincero, nunca vi quem gosta.
A Microsoft atualmente não tem para onde correr - a grande maioria de seus jogos é em primeira pessoa, salvando-se o Hellblade 2. E por que eu estou citando a Microsoft? Porque o que deu start nessa discussão foi justamente o Indiana Jones, futuro exclusivo da Xbox.
Indiana Jones é um jogo que poderia funcionar como Tomb Raider, mas adivinha? O jogo foi colocado na mão da Bethesda, de todos os estúdios que a Microsoft adquiriu. Um jogo de ação e aventura parou na mão da Bethesda! Pois é, a Bethesda que sempre foi conhecida por jogos em primeira pessoa, e é o estilo deles.
Está tudo bem, assim como a FromSoftware tem o seu próprio estilo soulslike. A questão é que você não coloca o Indiana Jones na mão deles! O que a Microsoft fez, em paralelo com a Bethesda, foi basicamente isso - entregar um jogo que tinha tudo para ser como Tomb Raider na mão de uma empresa que só produz primeira pessoa, a especialidade deles.
Foi toda uma história construída em cima de jogos em primeira pessoa, então eles não vão simplesmente mudar agora do nada. A história de Indiana Jones pode ser muito boa, os gráficos, a direção de arte e até as músicas, mas essa jogabilidade que a Bethesda costuma entregar simplesmente não se encaixa.
Como você vai mostrar cenas assim em primeira pessoa? Como vai transmitir a adrenalina da aventura? Como vai fazer o jogador se lembrar de que é o Indiana Jones e não só uma câmera flutuando pelo cenário?
A cada ano os jogos se tornam cada vez mais complexos, porém a perspectiva em primeira pessoa é quase que antagônica a essa complexidade. Para descer uma escada, por exemplo, não precisa de pernas, escalar não precisa do corpo - um simples ato de correr ou andar é só ir para trás ou pra frente. É uma câmera grudada aos braços, você pode se considerar quase que um operador de câmera.
E olha, esse não é só um problema da Bethesda e de Indiana Jones, é claro. Como eu falei, tem Cyberpunk e Avatar que são os mais conhecidos por isso. Foi simplesmente uma decisão errada - jogos que não deveriam ser em primeira pessoa mas, por algum motivo, são.
No caso da Bethesda, é até entendível ser em primeira pessoa, porque é uma empresa focada nisso. Mas agora, no caso da CD Projekt Red, que criou The Witcher 3 em terceira pessoa, não faz sentido nenhum colocar Cyberpunk em primeira pessoa.
Mas enfim, seria possível tornar a perspectiva em primeira pessoa mais complexa, mas não teria necessidade, porque são animações que o jogador simplesmente não vê. E além das animações, a própria movimentação é extremamente simples - é sempre muito dura e travada. Você fica desgovernado, esbarrando em tudo. O campo de visão é sempre fechado e os combates em curtas distâncias são sempre meio caóticos.
Uma coisa que afeta também é que nem todo mundo vai usar o mouse, até porque poucos jogos são exclusivos do PC. Então temos que colocar em perspectiva de quem joga no controle, e até mesmo no PC. Por mais que você tenha uma mira perfeita com o mouse, o próprio andar é tenebroso - qualquer toque leve demais no W e o personagem dispara. As teclas não possuem o mesmo sistema suave de um analógico. Então você ganha em mira, mas perde em movimentação. E a realidade é que a movimentação já nem é tão boa assim no próprio controle.
Cada perspectiva tem seus prós e contras. E um outro grande problema da primeira pessoa é o simples fato de não poder ver o personagem. É claro que na vida real a gente não se vê, mas na vida real você está ligado intrinsecamente à sua consciência tátil e mental. Você sabe que você é você. Resumindo, no caso de um jogo em primeira pessoa, você não possui essa ligação, nem mesmo visual. E por isso que jogos em terceira pessoa são mais imersivos, porque ao menos você tem essa conexão com o personagem - você enxerga ele. Não é apenas uma câmera voadora que você controla ali pelo cenário.