Você está no controle? Por que Baldur's Gate 3 Possui uma das Melhores Ilusões de Escolha

Danilo Medeiros


Baldur's Gate 3 é uma Verdadeira Ilusão de Escolha


O muito aguardado RPG de fantasia Baldur's Gate 3, desenvolvido pela Larian Studios, gerou muita discussão sobre como o jogo lida com as escolhas do jogador e suas consequências na narrativa. Apesar de prometer uma experiência repleta de decisões impactantes, a realidade parece ser um pouco diferente do que é propagandeado.


No início do jogo, os jogadores são apresentados a uma infinidade de caminhos e resultados diferentes baseados em suas ações. Porém, conforme a história avança, fica evidente que essas escolhas acabam convergindo para um número limitado de desfechos.


"No final do primeiro ato, você pode se aliar com o mal, ser um herói ou lutar contra os dois lados, e o jogo honra sua escolha", explica um especialista em jogos. "Esse primeiro ato serve como um tutorial ensinando que suas decisões importam, mesmo que nem sempre seja verdade mais tarde."


Quando chega o segundo ato, muitos jogadores relatam sentir que suas escolhas não têm mais o mesmo peso, com o jogo forçando determinados caminhos narrativos, não importa o que você faça.


As Armadilhas das Escolhas nos Jogos


O dilema enfrentado por Baldur's Gate 3 ilustra os desafios que os desenvolvedores de jogos enfrentam ao tentar criar narrativas ramificadas com base nas escolhas do jogador.


Jogos como The Walking Dead tentaram incorporar escolhas aparentemente significativas, apenas para eventualmente convergir para os mesmos acontecimentos principais, independentemente das decisões tomadas pelos jogadores. Isso gera uma sensação de que as escolhas não têm peso real.


Por outro lado, o aclamado The Witcher 2 optou por criar duas campanhas completamente diferentes com base em uma escolha crucial. No entanto, essa abordagem exigiu um enorme investimento de recursos, tempo e dinheiro da equipe de desenvolvimento.


"O ideal de verdadeiras escolhas com consequências ilimitadas simplesmente não é possível em um videogame", observa um analista da indústria. "Quando se trata de escolhas nos jogos, a única coisa que realmente importa é a ilusão de escolha."


Encontrar o equilíbrio certo entre dar aos jogadores a sensação de que suas escolhas são significativas, sem comprometer demais os recursos de desenvolvimento, permanece um desafio para os estúdios. Baldur's Gate 3 pode não ter alcançado esse equilíbrio perfeitamente, mas certamente traz essa discussão importantes para os holofotes novamente.


O Truque por trás da Ilusão em Baldur's Gate 3  


Enquanto alguns jogadores de Baldur's Gate 3 possam se sentir decepcionados ao descobrir que nem todas as suas escolhas têm impacto duradouro, a verdade é que o jogo emprega algumas técnicas inteligentes para criar a ilusão de escolha.


Uma chave para isso é o sistema de combate por turnos profundo e envolvente do jogo. Como os jogadores gastam muito tempo nesses encontros táticos, a Larian Studios pôde focar em criar menos conteúdo de história e quests, mas iterar e adicionar camadas nesse conteúdo com ramificações e escolhas.


"Em Baldur's Gate 3, muitas das consequências das escolhas são um diálogo diferente, um combate alternativo ou um item único - variações sim, mas iterações de uma mesma quest base", explica um crítico.


Esse formato de quests com desfechos finitos, em vez de uma narrativa contínua por vários atos, permite que o jogo honre melhor escolhas como vida ou morte de personagens, sem precisar lidar com o efeito dominó ao longo de vários episódios.


Além disso, o primeiro ato de Baldur's Gate 3 serve como um verdadeiro "tutorial de escolhas", apresentando uma variedade absurda de caminhos distintos para condicionar os jogadores a acreditarem que suas decisões terão grande impacto - mesmo que nem sempre seja o caso posteriormente.


A Brilhante Ilusão de Baldur's Gate 3


Embora alguns possam argumentar que Baldur's Gate 3 acaba cedendo às mesmas armadilhas de outros jogos quando se trata de escolhas verdadeiramente consequenciais, é inegável que a Larian Studios criou uma das ilusões de escolha mais convincentes da indústria.


Por meio de combates táticos envolventes, uma estrutura de quests com finais definidos e um primeiro ato repleto de ramificações para estabelecer a sensação de que suas escolhas importam, o jogo consegue parecer muito maior e mais imersivo do que realmente é.


"A conquista de Baldur's Gate 3 não foi atingida apenas com força bruta, mas focando a energia, estruturando o conteúdo e, acima de tudo, construindo essa ilusão e mentindo muito bem", elogia um analista veterano.


É uma façanha digna de admiração, especialmente considerando os imensos desafios técnicos e criativos de incorporar verdadeiras ramificações narrativas em um jogo tão vasto.


Enquanto alguns puristas podem lamentar a falta de escolhas totalmente livres com consequências infinitas, a maioria dos jogadores provavelmente ficará satisfeita em se deixar levar pela soberba ilusão construída pela Larian Studios em Baldur's Gate 3.

Danilo Medeiros
Recém formado em R.H e Administrador da Overcentral Instagram: @danilopablolima
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