Assassin's Creed Shadows – Copia Física Gera Polemica por Necessitar de Conexão com Internet
Assassin's Creed Shadows Requer Conexão com a Internet para Instalar o Jogo
A Ubisoft está novamente exigindo que os jogadores se conectem à internet para instalar os jogos focados em single-player que compram em disco físico. Primeiro foi Avatar: Frontiers Of Pandora, depois Star Wars: Outlaws, e agora Assassin’s Creed Shadows.
Isso foi confirmado pela PlayStation Store com a infeliz etiqueta “Requer jogo online” e novamente com a arte da caixa do jogo nas lojas. Isso significa que, se você comprar uma cópia do jogo em disco, inserir esse disco no seu PS5, não poderá jogar o que comprou sem uma conexão com a internet.
Implicações para os Jogadores
À medida que nosso mundo continua a avançar em sua infraestrutura tecnológica, é verdade que, se você possui um PS5, há uma boa chance de ter uma conexão com a internet disponível ou que possa pelo menos obter uma. Mas esse não é o problema central.
O problema é que isso significa que, anos no futuro, quando a Ubisoft tiver se afastado de Shadows, quando estivermos no PlayStation 7 ou qualquer que seja a próxima geração de consoles PlayStation, uma cópia física de AC Shadows pode se tornar potencialmente inútil.
O Problema da Preservação dos Jogos
Porque não há garantia de que a Ubisoft continuará a suportar os servidores que executam a verificação DRM para garantir que você comprou corretamente o jogo que está prestes a jogar. Isso é, no mínimo, uma atitude anti-preservação quando se trata de jogos.
Já vimos repetidamente – especificamente da Ubisoft – que não se pode confiar que as versões digitais dos jogos estarão disponíveis para sempre. Se não podemos confiar nas cópias físicas, muitos jogos excelentes e obras de arte serão perdidos com o tempo nas próximas décadas.
Impacto na Comunidade Gamer
Essa prática tem gerado uma considerável insatisfação entre os gamers. A comunidade valoriza a posse permanente dos jogos que compram, especialmente aqueles que adquirem em formato físico. A ideia de que um jogo pode se tornar inacessível simplesmente porque os servidores que verificam sua autenticidade foram desativados é preocupante.
O Futuro dos Jogos em Mídia Física
A situação levanta questões importantes sobre o futuro dos jogos em mídia física. Durante anos, os jogadores compraram discos com a confiança de que poderiam jogá-los a qualquer momento, independentemente de sua conexão com a internet. Agora, essa confiança está sendo erodida.
O Papel do DRM (Digital Rights Management)
O uso de DRM (Digital Rights Management) é frequentemente justificado pelas empresas de jogos como uma maneira de combater a pirataria e proteger suas propriedades intelectuais. No entanto, essa prática muitas vezes afeta negativamente os consumidores legais, impondo restrições que podem ser vistas como invasivas e desnecessárias. Em vez de garantir que o comprador possa desfrutar do produto sem interrupções, o DRM adiciona uma camada de complicação e incerteza.
Exemplos Passados e Lições Aprendidas
A história do DRM nos jogos não é nova, e há inúmeros exemplos que mostram como essa abordagem pode sair pela culatra. Um exemplo notável é o jogo "Spore" da EA, lançado em 2008, que recebeu críticas intensas por sua implementação de DRM que limitava o número de instalações permitidas. Isso levou a uma reação negativa massiva dos consumidores e, eventualmente, forçou a EA a revisar sua política.
Além disso, temos casos em que servidores de autenticação foram desligados, tornando os jogos comprados legalmente inutilizáveis. Um exemplo recente é o do jogo "Gravity Rush 2", cujos servidores foram desligados pela Sony em 2018, o que afetou significativamente a experiência de jogo.
A Questão da Acessibilidade
Outro ponto crítico é a questão da acessibilidade. Nem todos os jogadores têm acesso constante e confiável à internet. Em regiões rurais ou em países com infraestrutura de internet menos desenvolvida, a exigência de conexão para instalar ou jogar pode tornar certos jogos inacessíveis para uma parte significativa da base de consumidores.
A Resposta das Empresas
Algumas empresas começaram a responder às preocupações dos consumidores. GOG.com, por exemplo, é uma plataforma de distribuição digital conhecida por vender jogos sem DRM, permitindo que os jogadores instalem e joguem seus títulos sem a necessidade de verificação online. Este modelo tem sido bem recebido por muitos jogadores que valorizam a simplicidade e a segurança de possuir uma cópia completa e funcional do jogo.
Reflexões sobre a Preservação Cultural dos Jogos
Os jogos de vídeo são mais do que simples entretenimento; eles são uma forma de arte e cultura. Cada título é uma criação única que pode refletir as tendências tecnológicas e culturais de sua época. Portanto, garantir que esses jogos permaneçam acessíveis para as futuras gerações é essencial para a preservação da história dos videogames.
A prática de exigir uma conexão à internet para autenticação perpetua uma dependência tecnológica que pode comprometer essa preservação. Com o tempo, os servidores podem ser desligados, as empresas podem falir ou optar por não manter jogos mais antigos, e, como resultado, essas obras de arte digitais podem ser perdidas para sempre.
Conclusão
A decisão da Ubisoft de exigir uma conexão à internet para instalar jogos single-player em mídia física levanta uma série de preocupações válidas. Desde questões de acessibilidade até a preservação cultural, os impactos dessa prática são amplos e significativos. Enquanto as empresas de jogos continuam a navegar pelo equilíbrio entre proteger suas propriedades intelectuais e atender às necessidades e direitos dos consumidores, a comunidade gamer permanece vigilante e vocal sobre suas expectativas e insatisfações.
O futuro dos jogos, tanto em mídia física quanto digital, dependerá da capacidade das empresas de encontrar soluções que respeitem tanto os direitos autorais quanto a experiência do usuário. A resistência a práticas vistas como excessivamente restritivas e a demanda por métodos mais amigáveis ao consumidor provavelmente continuarão a moldar o cenário dos videogames nos próximos anos.