Saiba A História Real que Inspirou o Fenômeno "Bebê Rena" na Netflix
Richard G é um comediante escocês que começou sua carreira no stand-up em 2016 com uma apresentação chamada "Macaco vs. Macaco", sendo reconhecido e premiado na cidade de Edimburgo. A apresentação chocante era baseada na experiência de Richard, que foi perseguido, assediado e violentado por uma mulher. Isso atraiu muita audiência, o que o levou a desenvolver mais a história.
Em abril de alguns anos depois, a adaptação da história de Richard se tornou uma série na Netflix, se tornando a mais assistida em diversos países. A série é conhecida como "Bebe Rena".
Em 2015, uma mulher entrou no bar onde Richard trabalhava em Londres. Como ela não tinha dinheiro, ele gentilmente ofereceu um chá de graça. A partir dessa gentileza, ela desenvolveu um relacionamento unilateral e forçado com ele, passando a frequentar diariamente o local, cada vez mais cedo e obcecada por Richard.
Naquele momento, Richard sentiu pena da mulher e a ajudou, mas ela viu isso como um sinal de que ele valia a pena ser perseguido. Ela passou a mandar e-mails constantemente, chegando a enviar 50.000 durante todo o relacionamento, com mensagens rápidas e erráticas, como se fosse um chat ao vivo.
Richard é mostrado como alguém que poderia ter cortado a relação, indo à polícia, mas devido a traumas do passado, decidiu mantê-la à distância, alimentando minimamente para não deixar morrer. O nome dela não é revelado por motivos legais e por ele ter "pena" dela.
Ela passou a persegui-lo nos shows de stand-up, cobrando por respostas, como se fosse sua namorada. Depois de 6 meses, ele foi à polícia, mas não colaborou devidamente, mostrando apenas e-mails sem importância. Isso continuou por quase 3 anos, até ela conseguir o número de telefone dele e passar a ligar constantemente, deixando 350 horas de mensagens de voz.
A vida da mulher girava em torno de falar mal de Richard, espalhando boatos de que ele tinha pênis pequeno, era gay, tinha atração por menores, etc. Ela fez 744 tuítes, 46 posts no Facebook e enviou 106 cartas o xingando e humilhando.
A atitude de Richard era de não resolver a situação, até que começou a namorar. Sua namorada o cobrou para tomar atitude, mostrando que ele era muito acomodado, ainda morando na casa da mãe dela anos após o término.
Só quando a mulher atacou sua ex-namorada fisicamente e começou a perseguir sua família, ligando para os pais dizendo que ele havia feito coisas com ela, é que Richard realmente tomou uma atitude mais enérgica contra o assédio.
As autoridades inicialmente disseram que seria muito difícil condená-la, pois o assédio por si só não era necessariamente um crime, a menos que houvesse ameaças explícitas. Eles precisavam de algo mais sólido para prendê-la por ser uma ameaça.
Richard então ficou alerta, gravando todas as ligações na esperança que ela fizesse alguma ameaça direta. Eventualmente, ela ligou e ameaçou matar a família dele. Com essa gravação comprometedora, a polícia, que já estava a par de toda a situação, finalmente conseguiu prendê-la.
No julgamento, a mulher foi condenada a 9 meses de prisão e recebeu uma medida protetiva de 5 anos em relação a Richard. Relatos dizem que ela chorou muito emocionada durante o julgamento. E mesmo após toda a perseguição sofrida, Richard confessou ter sentido pena e empatia por ela mais uma vez.
O final chocante mostra Richard caminhando e ouvindo as mensagens de voz dela, aparentemente buscando algum tipo de conforto naquelas demonstrações doentias de afeto. Isso porque ele havia passado por um trauma semelhante explicado no quarto episódio.
Antes de conhecer sua perseguidora, quando Richard namorava e morava com a mãe de sua ex, ele conheceu um roteirista que começou a embebedá-lo e drogá-lo com substâncias pesadas que o faziam desmaiar. Em uma ocasião, ele acordou sendo abusado sexualmente por esse homem.
Esse terrível trauma fez com que Richard parasse de ter relações com a namorada e entrasse em um ciclo de acomodação e introspecção. Quando a perseguidora obsessiva apareceu, ele viu nela alguém que demonstrava interesse e o fazia se sentir desejado, mesmo que de forma distorcida.
Muitos apontaram que Richard pode ter desenvolvido uma espécie de "Síndrome de Estocolmo", onde a vítima cria algum tipo de vínculo com seu algoz por medo de ficar sozinha. Suas reações durante a série mostram isso, deixando situações perigosas se arrastarem por não querer perder aquele interesse doentio.
A série chocou não apenas pela história perturbadora, mas também por ser o próprio Richard interpretando a si mesmo e tendo que reviver seus traumas nas cenas de abuso sexual. Acredita-se que sua intenção era chocar as pessoas com sua atuação visceral de uma situação tão pessoal.
Apesar do final ambíguo, não se espera que "Bebe Rena" tenha continuação. Porém, o sucesso da série pode abrir portas para Richard explorar novos projetos como comediante e ator agora que sua história pessoal é conhecida mundialmente.