No competitivo cenário de jogos independentes, onde grandes lançamentos podem ofuscar títulos promissores em questão de horas, o estúdio brasileiro Dead Pixel não apenas sobreviveu ao anúncio surpresa de Silksong — um dos jogos mais aguardados do mundo — como usou a situação a seu favor. Com uma jogada de marketing astuta e um produto de qualidade, a sequência Machick 2 conquistou milhares de wishlists na Steam e tornou-se um caso emblemático de como timing, humor e resiliência podem definir o destino de um game indie. Neste artigo, exploramos a trajetória do fundador Artur e da equipe por trás do sucesso, desde a concepção do projeto até a estratégia que viralizou nas redes sociais e solidificou o jogo como um bullet heaven de referência.
No competitivo cenário de jogos independentes, onde grandes lançamentos podem ofuscar títulos promissores em questão de horas, o estúdio brasileiro Dead Pixel não apenas sobreviveu ao anúncio surpresa de Silksong — um dos jogos mais aguardados do mundo — como usou a situação a seu favor. Com uma jogada de marketing astuta e um produto de qualidade, a sequência Machick 2 conquistou milhares de wishlists na Steam e tornou-se um caso emblemático de como timing, humor e resiliência podem definir o destino de um game indie. Neste artigo, exploramos a trajetória do fundador Artur e da equipe por trás do sucesso, desde a concepção do projeto até a estratégia que viralizou nas redes sociais e solidificou o jogo como um bullet heaven de referência.
A Gênese da Dead Pixel e a Evolução do Projeto
A história por trás do Machick 2 começa antes mesmo da fundação da Dead Pixel. Seu idealizador, Artur, já acumulava experiência desde os 14 anos e, em 2022, ganhou destaque na Brasil Game Show (BGS) com Eclipsey Shine of Daw, premiado como Melhor Jogo Indie. Esse sucesso inicial foi o cartão de visitas que embasou a criação do novo estúdio, formado em 2023 com três ex-colegas da Yamand Studios. A filosofia da equipe sempre valorizou o trabalho coletivo — mais de 20 pessoas contribuíram para Machick 2 em diferentes estágios, afastando-se da romantização do desenvolvedor solitário e abraçando a força de uma equipe coesa. Antes da sequência, a Dead Pixel investiu em um projeto intermediário: Be versus Zumbes, um tower defense humorístico que, mesmo sem grande impacto comercial, consolidou a identidade da marca — jogos leves, engraçados e repletos de personalidade.
Inicialmente planejado para cinco meses de desenvolvimento, Machick 2 acabou demandando o dobro do tempo. A equipe recusou atalhos e priorizou a qualidade, com o objetivo claro de criar não apenas mais um “survivors-like”, mas uma homenagem ao gênero bullet heaven que se destacasse pela profundidade e variedade de builds. O jogo coloca o jogador no controle de uma galinha feiticeira, em uma premissa aparentemente simples, mas com camadas estratégicas que cativam fãs do gênero. A parceria com a publisher brasileira Anuncius — e, indiretamente, com a chinesa VSR Games — permitiu que o game fosse localizado em 30 idiomas e ganhasse visibilidade internacional, mostrando a importância de parcerias estratégicas para indies que almejam mercados globais.
A Jogada de Marketing que Viralizou
Poucas semanas antes do lançamento originalmente marcado para março de 2025, a equipe adiou Machick 2 para setembro — e, depois, para 10 de setembro, a conselho do responsável pelas relações públicas. Mas foi o anúncio de Silksong para 4 de setembro que gerou o momento decisivo. Em vez de recuar, a Dead Pixel publicou um tom bem-humorado nas redes, “encarando” a concorrência e afirmando que manteriam a data. A postagem viralizou, alcançando mais de 100 mil visualizações e elevando as wishlists de 1.500 para 2.500 em uma semana. No dia do lançamento, já eram 3.400. A coragem de enfrentar o “gigante” rendeu não apenas números, mas um caso real de como o timing e a autenticidade podem converter ameaças em oportunidades.
O lançamento do Machick 2 em 10 de setembro de 2025 consolidou todo o esforço estratégico da equipe. Apesar de um pequeno atraso de 40 minutos devido a um trailer desatualizado — corrigido rapidamente em que os desenvolvedores chamam de “correção de bug mais rápida da história” — o jogo atingiu um pico de 100 jogadores simultâneos em menos de uma hora. Esse número se manteve estável, sem cair abaixo de 100 usuários concorrentes, refletindo um engajamento orgânico e consistente. Em poucos dias, a Dead Pixel comemorou a marca de 10.000 cópias vendidas, um marco significativo para um estúdio independente brasileiro. A equipe atribui parte desse sucesso à decisão de manter uma presença digital ativa, com atualizações frequentes que mantêm a comunidade envolvida e o jogo relevante nas discussões.
O Papel da Arte e do Humor na Identidade do Jogo
Um dos diferenciais do Machick 2 está na sua direção de arte criativa e no tom humorístico adotado. Sob a liderança de uma diretora de arte talentosa, a Dead Pixel construiu um visual cativante que mesma referências pop a uma estética original — seja com uma galinha feiticeira como protagonista ou com inimigos sapos capangas. Esse bom humor não só facilitou a criação de conteúdo por criadores de mídia, como também tornou o jogo mais memorável perante o público. Artur ressalta que a equipe sempre buscou criar experiências divertidas e surpreendentes, e essa identidade lúdica se tornou um trunfo para conquistar players que valorizam originalidade e leveza em meio a jogos de alta complexidade.
Em sua conversa, Artur deixou conselhos valiosos para quem está começando na indústria de games. Com 22 anos e já tendo desenvolvido mais de 30 jogos — a maioria em game jams —, ele enfatiza que errar dá XP. A trajetória dele prova que a persistência e a aprendizagem contínua são fundamentais. Além disso, destaca a importância de não subestimar o poder do trabalho em equipe e de parcerias estratégicas, como a firmada com a Anuncius. Para ele, ser desenvolvedor no Brasil é um desafio singular, mas com planejamento, autenticidade e uma pitada de ousadia, é possível criar projetos que competem em escala global.
O caso do Machick 2 ilustra como um estúdio independente pode transformar desafios em oportunidades com criatividade e estratégia. Desde o desenvolvimento alongado para garantir qualidade até a viralização do marketing de lançamento, a Dead Pixel mostrou que é possível destacar-se mesmo em um mercado saturado. O jogo não apenas honra o gênero bullet heaven, como também solidifica a presença brasileira no cenário indie internacional. E com planos de atualizações constantes, a equipe demonstra compromisso em manter a comunidade ativa e o jogo vivo por muito tempo.
O que é Machick 2?
Machick 2 é um jogo do gênero bullet heaven desenvolvido pelo estúdio brasileiro Dead Pixel, no qual os jogadores controlam uma galinha feiticeira em combates dinâmicos cheios de humor e estratégia.
Quem desenvolveu o Machick 2?
O jogo foi criado pela Dead Pixel, estúdio fundado por Artur, que já havia ganhado destaque na Brasil Game Show com o jogo indie Eclipsey Shine of Daw.
Quando o Machick 2 foi lançado?
O lançamento oficial ocorreu em 10 de setembro de 2025 na Steam, após participação no Festival de Demos da Steam em fevereiro do mesmo ano.
Como o estúdio reagiu ao anúncio de Silksong na mesma época?
A Dead Pixel manteve a data de lançamento e viralizou com um post humorístico “encarando” a concorrência, o que aumentou as wishlists de 1.500 para 2.500 em uma semana.
O Machick 2 tem suporte em outros idiomas?
Sim, o jogo foi traduzido para 30 idiomas graças a uma parceria com a publisher Anuncius e a distribuidora chinesa VSR Games.
Quantas cópias o jogo vendeu?
Em poucos dias após o lançamento, o Machick 2 ultrapassou 10.000 cópias vendidas, com pico de 100 jogadores simultâneos.
Há planos para atualizações futuras?
Sim, a equipe planeja atualizações constantes para manter a comunidade engajada e o jogo relevante.
Qual a dica do desenvolvedor para novos game devs?
Artur enfatiza: “Errar dá XP”. Persistência, aprendizado contínuo e trabalho em equipe são essenciais para crescer no mercado de games.