“Se você faz o que é certo, você se torna inimigo do Estado.”
Ben Mendes
A frase dita por Ben Mendes após ser agredido e depois revitimizado pela Polícia Militar de Minas Gerais sintetiza a cruel realidade que muitos brasileiros enfrentam. O jornalista, conhecido por defender os direitos do consumidor, tornou-se mais uma vítima de um sistema que protege interesses escusos enquanto pune quem ousa denunciar irregularidades. Este artigo expõe, com detalhes, como Mendes foi agredido, humilhado pela autoridade que deveria protegê-lo, e por que seu caso é a prova definitiva de que a justiça no Brasil funciona apenas para alguns.
A Agressão: Quando o Repórter Virou Alvo
As imagens que circularam nas redes sociais revelam uma situação de total desproporção, onde um profissional que estava apenas exercendo sua função foi submetido a um ato de brutalidade gratuita. O que choca ainda mais é o contexto em que a agressão ocorreu: em plena luz do dia, diante de câmeras e testemunhas, como se o agressor estivesse seguro de que não enfrentaria consequências por seus atos. Essa sensação de impunidade é um retrato fiel de como muitos se sentem acima da lei quando o alvo é alguém que incomoda os interesses estabelecidos.
A equipe de reportagem que acompanhava Mendes se viu completamente desamparada durante o ocorrido, sem qualquer tipo de proteção ou apoio das autoridades que deveriam garantir a segurança de todos os cidadãos. Essa omissão não foi acidental; ela reflete um padrão de comportamento onde aqueles que desafiam o sistema são deixados à própria sorte, enquanto os recursos policiais são mobilizados com rapidez quando os interesses em jogo são outros. A mensagem é clara: quem se mete a denunciar irregularidades não pode contar com o aparato de segurança do Estado.
Detalhes do incidente mostram que a agressão foi além do físico, atingindo um aspecto psicológico profundo. O tom de desafio do agressor, sua postura desafiante mesmo diante das câmeras, sugerem que ele sabia que não estaria sozinho nas consequências desse ato. Essa confiança em agir com violência e depois sair impune é um sintoma de um problema muito maior, onde certos indivíduos se sentem protegidos por redes de influência que vão muito além do que os olhos podem ver.
O que torna esse caso ainda mais grave é o fato de que Ben Mendes não é um cidadão qualquer; ele é uma figura pública com milhões de seguidores e um histórico de denúncias que já incomodaram muitos poderosos. Se alguém com essa visibilidade pode ser agredido sem qualquer receio, imagine o que acontece com o cidadão comum que tenta lutar por seus direitos sem ter holofotes ou plataformas para amplificar sua voz. Esse episódio serve como um alerta sombrio sobre os riscos de se enfrentar estruturas corruptas e interesses escusos no Brasil.
A reação imediata de Mendes após o ocorrido foi de revolta, mas também de decepção. Em suas palavras, ficou claro que ele esperava, no mínimo, que sua condição de vítima fosse reconhecida. No entanto, o que se seguiu foi ainda mais chocante: a inversão de papéis que colocou o jornalista no banco dos réus, como se ele fosse o responsável pela situação. Essa distorção da realidade não é um acidente; é uma tática bem conhecida para descredibilizar quem ousa falar a verdade.
O Desabafo de Ben Mendes “Eu Não Ligo Mais para Eles”
A transmissão ao vivo feita por Ben Mendes nas redes sociais após o ocorrido se tornou um marco importante na discussão sobre a relação entre cidadãos e autoridades no Brasil. Com a voz embargada pela emoção, mas com palavras firmes, o jornalista expôs sua profunda decepção com o sistema que deveria proteger pessoas como ele, mas que na prática age como um mecanismo de opressão. A frase “eu não ligo mais para eles” sintetizou o sentimento de milhões de brasileiros que já se sentiram traídos pelas instituições públicas.
Na live, Mendes detalhou como a situação foi tratada pelas autoridades policiais, revelando uma inversão de valores que vai muito além de seu caso pessoal. Ele descreveu o comportamento do tenente da Polícia Militar como algo propositalmente hostil, como se houvesse um interesse claro em desacreditá-lo como vítima. O tom de deboche e a tentativa de transformar a agressão sofrida em mero “desentendimento” entre partes iguais mostrou uma estratégia bem conhecida de quem quer manter o status quo intacto.
O que tornou esse desabafo particularmente impactante foi a honestidade brutal com que Mendes expôs suas vulnerabilidades. Um profissional conhecido por sua postura equilibrada e didática se viu obrigado a mostrar sua face humana, sua frustração e seu medo. Essa autenticidade tocou profundamente o público, que rapidamente fez a transmissão viralizar, transformando-a num símbolo da luta contra a injustiça institucionalizada. As reações nos comentários mostravam histórias semelhantes de cidadãos que já haviam passado por situações parecidas.
Um dos pontos mais marcantes da fala de Mendes foi quando ele relacionou seu caso específico com o tratamento diferenciado que a polícia dá a diferentes situações. Enquanto ele, vítima de agressão, era tratado com desdém, os mesmos policiais agem com presteza quando se trata de cumprir ordens judiciais que beneficiam bancos e grandes empresas. Essa comparação dolorosa revela como o sistema de justiça opera com dois pesos e duas medidas, dependendo do poder econômico e político dos envolvidos.
A transmissão também serviu como um alerta sobre os riscos que profissionais como Mendes enfrentam ao desafiar interesses estabelecidos. Ao mencionar visitas policiais intimidatórias em sua residência e o assédio sofrido por sua família, o jornalista mostrou que a perseguição não se limita ao ambiente profissional. Esses relatos trouxeram à tona um padrão de comportamento que muitos outros denunciantes já experimentaram, mas que raramente ganha espaço na grande mídia.
A viralização do desabafo de Mendes demonstrou o poder das redes sociais como ferramenta de denúncia e mobilização em um contexto onde os canais tradicionais de justiça falham. Enquanto o sistema formal parece fechar os olhos para certas injustiças, a pressão popular organizada digitalmente se mostrou capaz de dar visibilidade a casos que normalmente seriam abafados. Essa dinâmica revela uma mudança importante no equilíbrio de forças entre cidadãos comuns e estruturas de poder.
O impacto emocional da fala de Mendes residiu precisamente em sua recusa em aceitar o papel de vítima silenciosa. Ao invés de se curvar à intimidação, ele usou sua plataforma para expor publicamente as falhas do sistema, mesmo sabendo que isso poderia trazer represálias ainda maiores. Essa coragem em continuar falando, mesmo depois de sofrer violência e injustiça física e institucional, transformou seu desabafo num ato político poderoso, inspirando muitos outros a não se calarem diante da injustiça.