A Netflix e a CD Projekt RED anunciaram a segunda temporada de Cyberpunk: Edgerunners como um grande evento, mas será que Night City realmente precisa de mais uma história? A primeira temporada foi um sucesso inegável, resgatando a reputação de Cyberpunk 2077 e entregando uma narrativa fechada, brutal e emocionalmente impactante. Agora, a decisão de continuar a franquia com um novo elenco e uma trama desconectada parece mais uma jogada comercial do que uma necessidade artística .
O maior problema? A ausência de David Martinez e sua gangue. A força de Edgerunners estava justamente em sua ousadia de matar seus personagens de forma definitiva, sem reviravoltas baratas ou finais felizes forçados. A mensagem era clara: Night City devora seus filhos, e não há redenção. Ao trazer uma nova equipe de mercenários, a série corre o risco de se tornar apenas uma repetição temática, diluindo o impacto da original .
Outro ponto é a mudança na direção. Hiroyuki Imaishi, responsável pelo visual único da primeira temporada, deu lugar a Kai Ikarashi (SSSS.Gridman). Embora talentoso, Ikarashi tem um estilo mais contido, o que pode significar uma perda da energia caótica que definiu Edgerunners. O teaser supostamente “sangrento” mostrado em sessão fechada pode até impressionar, mas será que a violência gráfica será suficiente para substituir a profundidade emocional do primeiro arco? .
A CD Projekt RED insiste que Night City tem “muitas histórias para contar”, mas será que os fãs realmente querem isso? A primeira temporada funcionou porque era uma experiência autônoma e perfeita em sua brevidade. Transformar Edgerunners em uma antologia de histórias desconexas pode esvaziar o peso do universo, reduzindo-o a uma fórmula repetitiva de tragédias cyberpunk. Afinal, quantas vezes podemos ver personagens sendo esmagados pelo sistema antes de se tornar previsível? .