Elogiados pela crítica e pelos jogadores, nem mesmo o reconhecimento foi suficiente para que os seguintes 15 jogos gerassem boas vendas. Na verdade, são considerados grandes fracassos comerciais e, por isso, quase ninguém fala deles.
A fórmula do sucesso nem sempre é previsível no mundo dos videogames. Prova disso são esses 15 jogaços que fracassaram em vendas, apesar das boas críticas que receberam. Algo parecido acontece com o cinema, onde, de vez em quando, surgem surpresas negativas, como o fracasso comercial de “Furiosa” da saga Mad Max.
Alguns jogos se tornaram obras-primas em seus respectivos gêneros, mas não alcançaram o retorno comercial que os estúdios e empresas esperavam. Um bom exemplo é “Resident Evil Remake”, uma joia do terror que, anos depois, adotaria uma leve mudança de gênero para que a saga voltasse ao sucesso.
Da mesma forma que há jogos medianos que venderam extremamente bem, o contrário também acontece. Ou seja, jogos aclamados pela crítica e pelos jogadores, mas que venderam muito menos do que o esperado (Alan Wake 2 é um exemplo recente).
Por isso, algumas sagas e franquias de jogos acabam esquecidas para sempre em uma gaveta, ou pelo menos até serem ressuscitadas com novas (e mais bem-sucedidas) ideias.
Confira os 15 jogaços para PC e consoles que fracassaram em vendas, apesar das ótimas críticas da imprensa e do público.
Jogaços com Excelentes Críticas que Fracassaram em Vendas:
Beyond Good & Evil
Gênero: Ação / Aventura.
Desenvolvedor: Ubisoft Montpellier / Ubisoft Milan.
Plataformas: PS2, Xbox, Gamecube, PC, PS3, Xbox 360 (original) / PS5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC (edição 20º aniversário).
Ano de lançamento: 2003.
Considerado um dos melhores jogos da geração de 128 bits e um clássico da Ubisoft, obra do criativo Michel Ancel. Beyond Good & Evil é uma grande aventura de ação e plataformas, que nos mergulha em uma emocionante jornada com Jade, Pey’J e Doble H em Hillys. A versão original tem uma média de 86 de 100 da imprensa e 8,8 de 10 dos usuários no Metacritic. No entanto, suas vendas foram discretas, e a Ubisoft cancelou a trilogia planejada devido ao baixo desempenho comercial.
Conker’s Bad Fur Day
Gênero: Aventura / Plataformas.
Desenvolvedor: Rare.
Plataformas: Nintendo 64 (original) / Xbox (remake).
Ano de lançamento: 2001.
Nos anos noventa, a Nintendo e a Rare trabalharam juntas para criar alguns dos melhores jogos do Nintendo 64, como GoldenEye 007, Banjo Kazooie e Perfect Dark. No entanto, a Rare queria mais liberdade criativa, e Conker’s Bad Fur Day foi o resultado. Uma joia do gênero de plataformas, mas não indicada para menores devido ao seu tom irreverente, linguagem chula e referências sexuais. Conker vendeu apenas 55.000 cópias na época, mas ostenta uma média de 92 de 100 (imprensa) e 8,8 de 10 (usuários) no Metacritic.
Dead Space Remake
Gênero: Terror.
Desenvolvedor: EA Motive.
Plataformas: PS5 / Xbox Series X|S / PC.
Ano de lançamento: 2023.
Os criadores de Star Wars Squadrons tinham a difícil tarefa de igualar a grandeza de Dead Space (obra-prima da Visceral Games), e conseguiram. Dead Space Remake é um dos melhores jogos de terror dos últimos tempos, especialmente pelo respeito ao original. Tecnicamente, é uma experiência quase impecável, recriando as instalações do USG Ishimura com grande detalhe. Infelizmente, não foi o sucesso esperado pela EA, vendendo dois milhões de cópias, o que pode enterrar a saga para sempre. Tem uma média de 89 (imprensa) e 8,7 (usuários).
Earthbound
Gênero: Aventura.
Desenvolvedor: Ape Inc. / Pax Softnica / Nintendo.
Plataformas: NES / GBA / Wii U (console virtual) / Nintendo Switch (NSO).
Ano de lançamento: 1989.
Se você não conhece a fundo a indústria japonesa de videogames, é possível que o nome Earthbound (Mother no Japão) não soe familiar. É uma das sagas mais estranhas da Nintendo, cujo primeiro título só chegou ao Ocidente na geração do Wii U. Earthbound foi pioneiro por suas constantes referências paródicas a empresas multinacionais, e também soube jogar com sua estética terna, que contrasta com a trama de ficção científica sombria. É aclamado como um jogo cult, mas vendeu apenas 658.000 cópias mundialmente.
Eternal Darkness
Gênero: Aventura / Terror.
Desenvolvedor: Silicon Knights.
Plataformas: Gamecube.
Ano de lançamento: 2002.
No final dos anos noventa, sagas de terror como Silent Hill e Resident Evil lideravam a indústria. Foi então que o estúdio canadense Silicon Knights teve a ideia de fazer um jogo de terror inspirado na mitologia de H.P. Lovecraft, aproveitando a tecnologia do Gamecube. Eternal Darkness (com o subtítulo Sanity’s Requiem nos EUA) se tornou um clássico cult, por sua ambientação, quebra-cabeças complexos e uma trama de terror brilhante. Infelizmente, vendeu menos de 500.000 cópias mundialmente, apesar das médias de 92 (imprensa) e 8,9 (usuários) no Metacritic.
Gravity Rush 2
Gênero: Ação / Aventura.
Desenvolvedor: SIE Japan Studio.
Plataformas: PS4.
Ano de lançamento: 2017.
Um dos melhores exclusivos do PlayStation 4, subestimado por muitos e pouco conhecido devido ao seu baixo desempenho comercial. Gravity Rush 2 é uma sequência maior e mais ambiciosa que o jogo original, graças às suas mecânicas inovadoras de manipulação da gravidade. Obra de Keiichiro Toyama (criador de Silent Hill), Gravity Rush 2 também é considerado um dos maiores fracassos comerciais da geração passada. Estima-se que tenha vendido entre 600.000 e 700.000 cópias no mundo todo. No Metacritic, tem médias de 80 (imprensa) e 8,1 (usuários).
Grim Fandango
Gênero: Aventura gráfica.
Desenvolvedor: LucasArts / Double Fine (remaster).
Plataformas: PC (original) / PS4, Xbox One, Nintendo Switch, PS Vita, Móveis e PC (remaster).
Ano de lançamento: 1998.
Grim Fandango é história viva das aventuras gráficas. Por muitos motivos, mas principalmente por sua história bem trabalhada, o carisma de seu protagonista (Manuel ‘Manny’ Calavera) e a recriação da mitologia mexicana, com um toque ‘neo-noir’. A versão original é um clássico, mas hoje a melhor opção é Grim Fandango Remastered, disponível em todas as plataformas. No Metacritic, tem uma média de 94 (imprensa) e 8,8 (usuários). Apesar de ser uma obra-prima, vendeu apenas entre 100.000 e 500.000 cópias.
Mario + Rabbids: Sparks of Hope
Gênero: Ação / Estratégia.
Desenvolvedor: Ubisoft Milan / Ubisoft Paris.
Plataformas: Nintendo Switch.
Ano de lançamento: 2022.
Falar de fracasso quando Mario + Rabbids: Sparks of Hope vendeu três milhões de cópias pode parecer estranho. Mas é preciso entender que estamos diante de uma grande produção da Ubisoft para o Nintendo Switch, destinada a ser um dos principais jogos da console híbrida em 2022. Para colocar em perspectiva, Mario + Rabbids: Kingdom Battle (seu predecessor) vendeu mais de 10 milhões de cópias, então podemos dizer que Sparks of Hope foi uma decepção comercial. E é uma pena, pois ostenta avaliações de 82 (imprensa) e 8,3 (usuários) no Metacritic.
Marvel’s Guardians of the Galaxy
Gênero: Ação / Aventura.
Desenvolvedor: Eidos Montreal.
Plataformas: PS5 / PS4 / Xbox Series X|S / Xbox One / PC / Nintendo Switch (nuvem).
Ano de lançamento: 2021.
Um dos casos mais tristes da lista. Marvel’s Avengers foi um enorme fracasso comercial, demonstrando que os videogames da Marvel também podem fracassar. A Square Enix deu luz verde para Guardians of the Galaxy, uma nova tentativa de conquistar o público ocidental. Ao contrário de Marvel’s Avengers, Guardians of the Galaxy é um grande jogo, com uma ótima história de ação e ficção científica para um jogador. Não há dados concretos, mas a Eidos Montreal reconheceu que as vendas não cumpriram as altas expectativas (o jogo teve oito milhões de usuários). No Metacritic, tem médias de 80 (imprensa) e 8,6 (usuários).
Mirror’s Edge
Gênero: Ação / Plataformas.
Desenvolvedor: DICE
.
Plataformas: PS3 / Xbox 360 / PC (original) / PS4 / Xbox One (predecessor).
Ano de lançamento: 2008.
Uma joia da geração de PS3 e Xbox 360, especialmente por suas inovadoras mecânicas de parkour em primeira pessoa. Este foi o primeiro Mirror’s Edge, que manteve a simplicidade dos FPS clássicos, mas introduziu a possibilidade de escalar paredes, correr por telhados e usar qualquer superfície como apoio. É um clássico, mas vendeu muito menos do que a EA esperava (não alcançou 2,5 milhões de cópias). No Metacritic, ostenta médias de 81 (imprensa) e 7,8 (usuários).
Psychonauts 2
Gênero: Aventura / Plataformas.
Desenvolvedor: Double Fine.
Plataformas: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series X|S / PC.
Ano de lançamento: 2021.
Com toda a certeza, é o melhor jogo desenvolvido pela Double Fine Productions. Psychonauts 2 é uma excelente aventura de plataformas, fiel ao jogo original, mas com mecânicas refinadas. Razputin Aquato é um dos personagens mais carismáticos dos videogames, e o estúdio de Tim Schafer conseguiu contar sua história. Recebeu muitas indicações de Jogo do Ano em 2021, mas vendeu pouco (menos de 1,7 milhões de cópias). No Metacritic, tem avaliações de 89 (imprensa) e 8,4 (usuários).
Shadow of the Colossus
Gênero: Ação / Aventura.
Desenvolvedor: Team ICO.
Plataformas: PS2 (original) / PS3 (remaster) / PS4 (remake).
Ano de lançamento: 2005.
Uma das maiores obras-primas de todos os tempos. Uma aventura épica, sombria e trágica, que nos conta a história de Wander, um jovem que procura salvar a vida de sua amada, Mono. Para isso, ele deve derrotar 16 colossos em uma terra devastada e mística. Shadow of the Colossus é uma joia da Team ICO e de Fumito Ueda, mas vendeu pouco no PS2. Nem o remaster do PS3 e o remake do PS4 conseguiram impulsionar suas vendas além de 1,31 milhões de cópias. No Metacritic, tem uma média de 91 (imprensa) e 9,1 (usuários).
Spec Ops: The Line
Gênero: Ação / FPS.
Desenvolvedor: Yager Development.
Plataformas: PS3 / Xbox 360 / PC.
Ano de lançamento: 2012.
Um dos FPS mais incompreendidos da história. Esqueça a maioria dos jogos militares de guerra, pois Spec Ops: The Line nos apresenta a história mais visceral e sombria que você pode encontrar em um videogame. Yager Development se inspirou em “Apocalypse Now” para criar um FPS que aborda a moralidade, a culpa e os horrores da guerra. Seu protagonista, Martin Walker, é um dos personagens mais humanos já criados. Não vendeu bem, nem alcançou 1 milhão de cópias. No Metacritic, tem avaliações de 82 (imprensa) e 8,2 (usuários).
The Wonderful 101
Gênero: Ação / Hack and Slash.
Desenvolvedor: PlatinumGames.
Plataformas: Wii U / Nintendo Switch / PS4 / PC.
Ano de lançamento: 2013.
Certamente, um dos jogos mais subestimados do Wii U. Por outro lado, é compreensível que tenha passado despercebido, pois o Wii U foi um fracasso comercial em si. Mesmo assim, The Wonderful 101 é uma joia do gênero hack and slash, que foi resgatada para Nintendo Switch, PS4 e PC com uma remasterização. PlatinumGames não conseguiu impulsionar suas vendas, que não superaram 900.000 cópias. No Metacritic, tem avaliações de 78 (imprensa) e 8,5 (usuários).
Vanquish
Gênero: Ação.
Desenvolvedor: PlatinumGames.
Plataformas: PS3 / Xbox 360 / PC (original) / PS4 / Xbox One (remaster).
Ano de lançamento: 2010.
Um dos primeiros jogos do PlatinumGames, e talvez um dos melhores. Vanquish é um frenético jogo de ação em terceira pessoa, com mecânicas de shooter e uma ótima jogabilidade. Shinji Mikami, um dos principais responsáveis por Resident Evil, participou do desenvolvimento do título, que deixou sua marca em muitos jogadores. Vendeu apenas 800.000 cópias na época, embora o remaster tenha aumentado um pouco esse número. No Metacritic, tem médias de 84 (imprensa) e 7,8 (usuários).
Esses 15 jogaços são a prova de que, às vezes, a crítica e o público nem sempre são suficientes para garantir o sucesso comercial de um jogo. Mesmo com histórias cativantes, mecânicas inovadoras e jogabilidade de alta qualidade, eles acabaram se tornando apenas joias subestimadas na história dos videogames.
