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| Relato do Youtuber “ignore não existe mais” |
Recentemente, uma discussão acalorada surgiu sobre a criação de conteúdo, com muitas pessoas expressando suas frustrações e reclamações. Como um criador de conteúdo recente, que tem experimentado sucesso na plataforma, mas que também passou muito tempo tentando se estabelecer, sinto-me na obrigação de compartilhar minha perspectiva e a verdade sobre essa jornada. A realidade é que, para criar conteúdo, é necessário se adaptar às exigências da plataforma e entender o que funciona, o que se encaixa e o que trará resultados.
Tenho um canal no YouTube com 24.000 inscritos, onde publiquei diversos vídeos ao longo dos anos. Durante mais de dois anos, produzi conteúdo sem obter nenhum retorno financeiro. A pergunta que muitos se fazem é: por que continuei? A resposta é simples: sempre sonhei em ser youtuber, um sonho que carrego desde a infância. Agora, posso afirmar oficialmente que sou um criador de conteúdo, embora essa jornada tenha começado há apenas dois ou três meses. Posso dizer com convicção que, apesar do estresse, vale muito a pena. Não sou o youtuber que mais ganha dinheiro, e este mês, inclusive, será o que menos receberei desde que comecei a monetizar meu canal. No entanto, é importante destacar que trabalhar com YouTube e criação de conteúdo permite que eu faça isso no conforto da minha casa, no meu próprio horário e ritmo. Posso adiantar conteúdo, trabalhar quando quiser e, inclusive, tirar férias sem precisar avisar ninguém.
Recentemente, tirei umas férias com minha família e documentei a experiência em um vídeo. Não precisei pedir autorização a ninguém nem fazer esquemas mirabolantes para conseguir esse tempo livre. É claro que isso afetou meu canal, e meus vídeos precisarão de um tempo para voltar a engrenar, mas não foi necessário seguir um processo burocrático para tirar essas férias. Entender isso é crucial: ser criador de conteúdo tem um valor que muitas pessoas não compreendem. Não se trata apenas de dinheiro, mas também de qualidade de vida.
Para ilustrar essa questão, vamos usar um exemplo simples: comprar ou alugar uma casa. No Brasil, comprar uma casa pode não ser um processo tão simples, mas vamos considerar a situação na Europa, onde as taxas de juros são baixas e o investimento é garantido. Aqui no Brasil, comprar uma casa também é um investimento seguro, desde que a região não passe por algo catastrófico. No entanto, se olharmos apenas para os números, alugar uma casa pode parecer uma opção tão boa quanto, ou até melhor do que, comprar. Na prática, porém, ter uma casa própria significa segurança, tranquilidade e a ausência do medo de ser despejado. É uma situação que evita muitos dos medos e insatisfações associados ao aluguel.
Da mesma forma, ter um canal no YouTube oferece uma qualidade de vida que pode ser vista de duas maneiras: como uma oportunidade de ter férias e flexibilidade, ou como uma fonte de renda variável e incerta. Se você dedicar oito horas por dia ao YouTube, estudando e trabalhando duro, é difícil não obter sucesso. No entanto, o rendimento é variável; às vezes você ganha dinheiro, às vezes não. Este mês, por exemplo, provavelmente não receberei muito, e no dia 22 farei um vídeo mostrando a realidade financeira desse período.
Mas por que estou falando sobre isso? Recentemente, houve um debate intenso sobre se vale a pena ou não ser criador de conteúdo. Minha opinião é que a criação de conteúdo deve ser vista como algo secundário. Isso significa que, se você quer criar conteúdo, deve ter um projeto principal, seja uma carreira, um negócio ou estudos, e usar a criação de conteúdo como um complemento. Isso enriquece seu conteúdo e dá um norte para você seguir.
Por exemplo, temos o Mike, que cresceu com um canal similar ao meu, mas foca em música trap e na realidade dessa indústria. Ele tem um projeto principal na música, com shows e eventos, e isso dá um norte para seu conteúdo. Ele sabe o caminho que quer seguir e cria conteúdo sobre isso. Minha dica para quem quer criar conteúdo é justamente essa: se você é programador, faça conteúdo sobre programação; se é escritor, faça conteúdo sobre escrever livros. Ter um projeto principal enriquece seu conteúdo e dá um norte para você seguir.
Hoje em dia, ter a criação de conteúdo como atividade principal é muito difícil. Claro, há canais que funcionam bem, especialmente os chamados “canais dark”, onde os criadores não aparecem. Esses canais estão crescendo porque as pessoas sabem que isso pode trazer dinheiro. No entanto, em português, o mercado não é tão lucrativo quanto em outras línguas, como inglês, espanhol ou alemão, onde as moedas são mais valiosas.
Em português, ainda há espaço para conteúdos que não são disputados, enquanto em inglês a concorrência é maior. Para ter sucesso em português, é necessário mais esforço, estudo e preparação. Nem sempre um vídeo ruim é o problema; às vezes, o título não é bom o suficiente. Isso faz parte do trabalho de criação de conteúdo: entender o que funciona e o que não funciona.
Vale a pena ser criador de conteúdo. Em novembro, ganhei mais dinheiro do que nunca, trabalhando cerca de quatro horas por dia. Trabalhar poucas horas e ganhar R$ 4.000 é algo que vale a pena. As críticas à criação de conteúdo existem, mas minha visão é clara: a criação de conteúdo deve se alinhar com seu objetivo principal para obter mais resultados. Se você é vendedor, por exemplo, ter um canal que transparece confiança e sabedoria pode ajudar a vender mais. Se você é programador, comentar sobre a realidade da programação e novidades do setor já enriquece seu portfólio.
a criação de conteúdo não é simples e requer estudo e dedicação. Se você não investe em outros aspectos da sua carreira, pode ser difícil obter sucesso. No entanto, com esforço e estudo, é possível ganhar muito dinheiro e ter uma qualidade de vida que vale a pena.
