Na noite da última segunda-feira, ocorreu uma Operação no Jacarezinho, zona Norte do Rio de Janeiro, quando um homem foi morto em meio a um intenso tiroteio. Identificado como Ruan Campos da Silva, conhecido como Girino, ele foi capturado em um vídeo que circula pela internet sendo levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Manguinhos.
Segundo a Polícia Militar, uma ação do Batalhão de Choque resultou na prisão de um indivíduo e na apreensão de uma considerável quantidade de drogas na comunidade. Entretanto, é fundamental que as circunstâncias dessa operação sejam rigorosamente investigadas.
Diante disso, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com base em informações divulgadas pelas redes sociais, instaurou um inquérito para esclarecer os detalhes e as responsabilidades envolvendo a morte de Ruan. É crucial que todas as medidas sejam tomadas para uma investigação imparcial e justa.
Contudo, esse triste incidente não pode ser visto isoladamente. Ele ocorre pouco tempo após o segundo aniversário de uma das operações policiais mais mortais da história do Rio de Janeiro, conhecida como Chacina do Jacarezinho. Nessa ocasião, 28 pessoas perderam a vida na favela.
As investigações conduzidas pelo Ministério Público do estado (MP-RJ) chegaram ao fim com a maioria dos casos arquivados, alegando-se falta de provas e deixando poucas respostas sobre o que realmente aconteceu na comunidade. Essa falta de esclarecimento alimenta um sentimento de impunidade e deixa as vítimas e seus familiares sem o devido amparo.
No ano seguinte à chacina, o governo estadual implementou o Programa Cidade Integrada, com a promessa de estabilizar o território do Jacarezinho e implementar políticas sociais, investindo R$ 500 milhões. No entanto, os resultados dessa iniciativa têm sido questionáveis.
De acordo com dados do Observatório do Cidade Integrada e da Rede de Observatórios da Segurança, as ações do programa têm resultado apenas na continuidade de históricas violações dos direitos humanos no Jacarezinho e em operações policiais marcadas pela violência.
Portanto, é crucial que a sociedade cobre não apenas a apuração rigorosa desse caso específico, mas também a adoção de medidas efetivas para combater a violência policial, proteger os direitos dos cidadãos e implementar políticas sociais abrangentes nas comunidades mais vulneráveis do Rio de Janeiro.
