Uma das escolhas mais icônicas em The Witcher 3: Wild Hunt — e que ainda divide fãs quase uma década após o lançamento do jogo — é a decisão romântica de Geralt de Rívia: Triss Merigold ou Yennefer de Vengerberg?
Ambas as feiticeiras têm histórias profundas com o Bruxo, personalidades marcantes e motivos para serem consideradas a “escolha certa”. No entanto, quando analisamos os livros de Andrzej Sapkowski e os eventos dos jogos, fica claro que a lealdade, o desenvolvimento dos personagens e as intenções por trás de cada relação pesam na balança.
Enquanto Triss é frequentemente vista como mais doce e acessível, Yennefer carrega uma personalidade forte e controversa — o que faz muitos jogadores hesitarem. Mas será que a primeira impressão é a que fica? Ou há mais nuances nessa história?
Neste artigo, exploraremos os fatos essenciais que definem o verdadeiro amor de Geralt, desde os eventos dos livros até as consequências das escolhas nos jogos. Se você já se pegou debatendo Team Triss vs. Team Yen, prepare-se: a resposta pode não ser tão simples quanto parece.
A Complexidade dos Relacionamentos de Geralt
Geralt de Rívia não é um protagonista comum. Suas relações amorosas são marcadas por lealdade, conflitos e escolhas difíceis. Enquanto nos jogos os jogadores têm a liberdade de decidir entre Triss Merigold e Yennefer de Vengerberg, os livros e a cronologia canônica da saga revelam nuances que vão além das preferências pessoais.
Triss Merigold: Doçura ou Manipulação?
Triss é, sem dúvida, uma das personagens mais queridas pelos fãs de The Witcher 3. Seu jeito carinhoso, protetor e apaixonado conquista muitos jogadores, especialmente aqueles que priorizam um romance mais “tranquilo”. No entanto, ao analisar os livros e os eventos anteriores aos jogos, surgem questões preocupantes:
- Magia e Manipulação: Nos livros, Triss usa magia para seduzir Geralt após uma briga entre ele e Yennefer. Esse ato não foi motivado por amor genuíno, mas por inveja do relacionamento de Yennefer com Geralt.
- Traição à Confiança: Em A Torre da Andorinha, Triss nega ajuda a Yennefer quando esta está em perigo, escolhendo se alinhar com a Lodge das Feiticeiras em vez de proteger sua amiga.
- Aproveitamento da Amnésia: Em The Witcher 1, Triss omite informações sobre Yennefer enquanto Geralt sofre de amnésia, permitindo que seu romance com ele se desenvolva sob falsos pretextos.
Triss Merigold é apresentada como uma figura calorosa e compassiva, especialmente em contraste com a personalidade intensa de Yennefer. Sua abordagem mais gentil e aberta emocionalmente faz com que muitos jogadores naturalmente se sintam atraídos por ela como interesse romântico. Essa imagem de doçura, no entanto, esconde camadas mais complexas de sua personalidade que merecem ser examinadas com cuidado. Nos livros, seu comportamento revela padrões preocupantes que vão além da simples rivalidade amorosa.
Uma análise mais profunda da relação de Triss com Geralt mostra que ela frequentemente age por motivações questionáveis. O incidente em que ela usa magia para seduzi-lo após uma briga com Yennefer não foi um ato de paixão espontânea, mas sim uma manipulação calculada. Esse momento crucial nos livros demonstra que Triss estava mais interessada em possuir o que Yennefer tinha do que em construir algo genuíno com Geralt. A inveja que sentia pelo relacionamento da amiga parece ter sido o verdadeiro motor de suas ações.
A lealdade de Triss também se mostra falha em momentos decisivos. Quando Yennefer precisou desesperadamente de ajuda para limpar seu nome perante os reinos do norte, Triss escolheu se alinhar com os interesses políticos da Lodge em vez de defender sua antiga amiga. Essa decisão não apenas traiu Yennefer, mas também colocou em risco Geralt e Ciri, mostrando que suas prioridades nem sempre estavam alinhadas com o bem-estar daqueles que supostamente amava.
Nos jogos, especialmente no primeiro título da série, Triss aproveita a amnésia de Geralt para construir um relacionamento sob premissas falsas. Ela conscientemente omite informações cruciais sobre Yennefer, permitindo que seu romance com o bruxo se desenvolva sem que ele tenha plena consciência de seu passado. Essa omissão deliberada levanta questões éticas graves sobre até que ponto seu amor por Geralt era realmente altruísta ou se havia um elemento de posse em seus sentimentos.
O comportamento de Triss em The Witcher 3, embora mais maduro, ainda carrega resquícios dessa ambiguidade moral. Enquanto ela demonstra genuíno afeto por Geralt, há momentos em que suas ações parecem mais focadas em garantir seu lugar na vida dele do que em respeitar suas conexões emocionais pré-existentes. A forma como ela lida com a possível reconciliação entre Geralt e Yennefer revela uma certa relutância em aceitar que seu tempo com o bruxo possa ter sido apenas um capítulo, e não a história completa.
A complexidade de Triss reside precisamente nessa dualidade entre sua imagem pública de feiticeira bondosa e suas ações mais sombrias nos bastidores. Ela não é vilã, mas também não é a figura inteiramente pura que muitos fãs imaginam. Suas escolhas refletem uma pessoa profundamente humana, com desejos, inseguranças e falhas morais que a tornam tridimensional, mas que também levantam dúvidas sobre a natureza de seu amor por Geralt.
Comparada a Yennefer, cujas ações extremas são sempre motivadas por proteção à família, as motivações de Triss parecem mais voltadas para sua própria realização pessoal. Enquanto Yennefer está disposta a morrer por Geralt e Ciri, Triss frequentemente coloca outras prioridades à frente deles. Essa diferença fundamental na natureza de seu compromisso é o que, em última análise, coloca em questão se seu amor por Geralt é realmente tão altruísta quanto parece à primeira vista.
Esses fatos levantam uma questão importante: Triss realmente ama Geralt, ou ela está mais interessada em substituir Yennefer?
Yennefer de Vengerberg: Amor Árduo, Mas Verdadeiro
Yennefer é uma personagem complexa, intensa e muitas vezes controversa. Sua personalidade forte e suas atitudes rudes afastam alguns jogadores, mas uma análise mais profunda revela o quanto seu amor por Geralt é genuíno:
- Sacrifício Pelo Amor: Nos livros, Yennefer morre tentando salvar Geralt, provando que seu compromisso com ele vai além de qualquer interesse pessoal.
- Lealdade Inabalável: Após se tornar uma figura materna para Ciri, Yennefer prioriza a família acima de tudo, incluindo Geralt. Seu instinto protetor é inegável.
- O Laço do Destino: O “desejo” que Geralt fez no primeiro livro não forçou Yennefer a amá-lo—apenas entrelaçou seus destinos. O amor entre eles se desenvolveu naturalmente, mesmo com todos os conflitos.
Yennefer de Vengerberg representa um dos retratos mais complexos de amor na literatura fantástica moderna. Seu relacionamento com Geralt não segue os moldes tradicionais de romances idealizados, mas sim a realidade crua de duas pessoas imperfeitas aprendendo a se amar apesar de seus demônios internos. A intensidade de seus sentimentos nunca foi questionável, mas a forma como ela os expressa muitas vezes afasta aqueles que esperam uma demonstração mais convencional de afeto. Sua aspereza não é um disfarce para a falta de amor, mas sim uma armadura desenvolvida após séculos de decepções e traumas.
A natureza do vínculo entre Yennefer e Geralt transcende o convencional desde o início, quando o bruxo amarra seus destinos através de um desejo que não forçou o amor, mas garantiu que suas vidas permanecessem entrelaçadas. O que começou como uma conexão mágica evoluiu para algo orgânico e profundo, testado repetidamente pelas circunstâncias mais adversas. Enquanto outros relacionamentos na vida de Geralt foram marcados por paixões momentâneas, o que ele compartilha com Yennefer foi temperado no fogo de sacrifícios mútuos e escolhas difíceis.
A transformação de Yennefer de uma ambiciosa feiticeira para uma figura maternal disposta a morrer por sua família é um dos arcos mais poderosos da narrativa. Sua devoção a Ciri revela uma capacidade de amor incondicional que contrasta fortemente com sua personalidade normalmente calculista. Esse mesmo amor se estende a Geralt, embora expresso de maneiras menos óbvias. Enquanto Triss oferecia conforto imediato, Yennefer exigia que Geralt crescesse como pessoa, confrontando suas próprias inseguranças e evitando comportamentos autodestrutivos.
Os momentos mais brutais da relação entre Yennefer e Geralt muitas vezes são os que melhor demonstram sua autenticidade. Suas brigas épicas, separações dolorosas e reconciliações passionais mostram dois indivíduos que se recusam a se contentar com uma paz superficial. Há uma honestidade crua em como eles se relacionam – quando magoada, Yennefer não esconde sua raiva; quando arrependida, não economiza em gestos de reparação. Essa falta de artificialidade, embora às vezes dolorosa, cria uma base de confiança que sobrevive até à morte e além.
A jornada de Yennefer nos jogos, particularmente em The Witcher 3, mostra uma mulher disposta a desafiar o próprio universo para proteger o que ama. Sua busca incansável por Ciri, mesmo à custa de sua própria segurança e reputação, demonstra uma priorização clara de valores que vai além de interesses pessoais. Enquanto outros personagens vacilam em seus compromissos, Yennefer age com uma determinação que beira a obsessão, mas que nasce de um amor profundamente enraizado.
O desenvolvimento do relacionamento de Yennefer com Geralt ao longo da série reflete uma maturidade emocional raramente vista em narrativas fantásticas. Eles aprendem a aceitar as falhas um do outro sem romantizá-las, a perdoar sem esquecer, e a amar sem possuir. Há uma compreensão mútua de que nenhum dos dois é fácil de amar, mas que vale a pena o esforço. Essa aceitação da complexidade do outro é o que diferencia fundamentalmente seu vínculo de qualquer outro romance na vida de Geralt.
A representação de Yennefer como uma mulher poderosa, imperfeita e emocionalmente complexa desafia noções tradicionais de como uma personagem feminina “amável” deveria se comportar. Sua aspereza não diminui sua capacidade de amar, mas a torna mais humana. Seu ciúme, sua raiva, sua teimosia e sua vulnerabilidade coexistem com uma lealdade inquebrantável que persiste através de décadas, guerras e até mesmo a morte. É precisamente essa combinação de força e fragilidade que faz de seu amor por Geralt uma das histórias mais convincentes e comoventes da fantasia moderna.
Enquanto Triss busca afeto e segurança, Yennefer representa um amor maduro, desafiador e incondicional.
O Que Os Jogos Revelam Sobre a Escolha Certa?
Em The Witcher 3, a decisão entre Triss e Yennefer não é apenas uma questão de preferência—ela reflete o crescimento emocional de Geralt.
Caso Escolha Triss:
- Geralt tem um final mais pacato e estável, longe das intrigas políticas e magias perigosas.
- No entanto, há um sentimento de fuga—como se ele estivesse evitando enfrentar seu passado com Yennefer.
Caso Escolha Yennefer:
- O relacionamento é intenso e cheio de desafios, mas também profundamente leal e reconfortante.
- O final em Blood and Wine (se Yennefer for escolhida) mostra os dois vivendo uma vida tranquila juntos, sugerindo que, apesar das brigas, eles são feitos um para o outro.
Qual É o Verdadeiro Amor de Geralt?
A resposta canônica, baseada nos livros e no arco narrativo mais consistente, aponta Yennefer como o verdadeiro amor de Geralt. Enquanto Triss oferece uma relação mais leve, Yennefer representa um vínculo inquebrável, construído em sacrifício, lealdade e crescimento mútuo.
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